segunda-feira, 30 de abril de 2007

A deficiência Auditiva - Definição e Caracterização

Uma primeira questão, mesmo que de ordem mais técnica, consiste em definir o que é deficiência auditiva. Assim, de acordo com o decreto 3289, de 20 de dezembro de 1999:

"a deficiência auditiva é uma “perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando em graus e níveis”. Há diferentes tipos de perda auditiva. São chamados de surdos os indivíduos que têm perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de compreender a fala através do ouvido" (http://www.amputadosvencedores.com.br/deficiencia_auditiva.htm).

Por sua vez, há uma classificação quanto ao grau da perda auditiva, avaliada em decibéis. De acordo com Roeser & Downs (2000):

  • A audição está normal quando há uma diminuição de até 15dB.
  • A perda entre 16 e 25 dB, corresponde a deficiência auditiva suave.
  • Leve quando a perda varia de 26 a 40 dB.
  • Moderada entre 41 e 55 dB.
  • Moderadamente severa entre 56 e 70 dB.
  • Severa entre 70 e 90 dB.

Quando a perda é maior, existe uma deficiência auditiva profunda que impede o indivíduo de ouvir a voz humana e adquirir, espontaneamente, o código da modalidade oral da língua, mesmo com o uso de prótese auditiva.Por sua vez, mais recentemente, o artigo 7º, do capítulo IX, das disposições finais do Decreto n° 5.296, de 2004 - considera Deficiência Auditiva como a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz, que corresponde ao nível considerado moderado no trabalho de Roeser & Downs (2000), apresentado anteriormente.

Um segundo aspecto a ser considerado diz respeito à caracterização da deficiência, em que é importante apresentar como esta tem sido vista pela sociedade e quais as implicações/desdobramentos/conseqüências que este imaginário social projeta a respeito do sujeito com deficiência auditiva.

Uma pequena retrospectiva histórica, as características da educação para os surdos e os componentes ideológicos nela presentes são objetos da exposição de Flaviane Reis (Pedagoga e Mestre em Educação) em uma palestra no Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência. Leia este interessante trabalho acessando o link: http://www.mj.gov.br/sedh/ct/conade/palestras_sub.asp e clicando em A Educação Inclusiva e os Diversos Olhares - Deficiência Auditiva.

Uma outra abordagem, agora mais direcionada a questões ligadas ao trabalho de orientação das pessoas que precisam de auxílio é apresentada pela Fonoaudióloga Thaís Helena Camargo Ceschin, (Especialista em Audiologia). Como o texto não é demasiado longo, tomamos a liberdade de apresentá-lo na íntegra.


Veja o que diz Thaís:

"A OMS (1993), destacou que no Brasil cerca de 10% da população geral, são portadores de deficiência. A deficiência auditiva de grau e etiologia variada, ocupa o terceiro lugar entre as deficiências existentes no país. Muitos autores, no decorrer do século, estudaram e muitos ainda estudam a importância da audição no desenvolvimento do ser humano. Segundo eles, a audição é o canal nobre de todos os indivíduos, pois é a porta de entrada, iniciada antes do nascimento, das informações fornecidas por uma mãe ao seu bebê, que o levará um dia a se entender, desenvolver sua identidade, compreender o mundo que o rodeia, expressar ao outro seus anseios e suas necessidades, estabelecendo assim o início dos vínculos sociais, interações inter e intra-pessoais. A criança que apresenta deficiência auditiva sente a perda desse sentido e sabe da necessidade em se comunicar, sozinha ela busca meios de compensá-la, seja através da linguagem gestual e da leitura orofacial. As primeiras comunicações do bebê com o seu mundo ocorre por volta dos 6 meses de idade e permanece graças a sua audição. O bebê que perdeu este sentido, com o tempo, passará a “falar” (balbuciar) com menos freqüência. É nosso objetivo, como fonoaudiólogos, proporcionar a estas crianças um caminho, seja ele através da linguagem oral, gestual ou as duas ao mesmo tempo, favorecendo assim a interação d acriança com o mundo ao redor. É também, nosso dever esclarecer aos pais dessa criança, qual é o problema existente e quais são as opções para que ela se desenvolva e entender de maneira clara o que é a deficiência auditiva. O guia de orientação familiar foi elaborado justamente para que pais, professores, amigos , enfim todos aqueles que estão em contato direto com a deficiência possam entender melhor o que vem a ser o problema apresentado. Este guia de orientação tem como meta maior atingir a população leiga, de forma a compreender e se familiarizar com uma deficiência, neste caso específico a deficiência auditiva na infância. A cultura brasileira nas diversas classes sociais,não esta preparada para conviver e "olhar" diferenças pessoais como parte da vida. Em paises desenvolvidos, a convivência e a deficiência andam lado a lado.Observamos isso no dia-a-dia,dentro dos meios de transportes e em lugares comuns de uma sociedade, como escolas, igrejas, centros comunitários e lares. Assim sendo, é necessário informar, levar ao conhecimento público de que a deficiência esta nas pessoas e que existe maneiras de se comunicar, para que cada vez mais essas pessoas sejam vistas como membro de nossa sociedade. Afinal, será que existe algum ser humano sem deficiência?" (Fonte:http://www.fonoesaude.org/da.htm)

Com a apresentação das dedinições, mesmo que em aspectos técnicos, e a abordagem de pontos de vista diferenciados quanto à Deficiência Auditiva – Educacional e de atendimento especializado – objetivamos apresentar uma caracterização dessa deficiência, mostrando que esta precisa ser vista de forma abrangente, respeitando as características das pessoas.










Um comentário:

Thiago Brito disse...

Ola professor Vanderlei!vi q o Sr. visitou meu blog, e gostaria q o senhor me passasse vosso email, ou que dia posso encontra-lo na faculdade, pois tava observando e gostaria d conversar com o senhor sobre a orientação de minha monografia!...do mais agradeço vossa resposta té mais...
Thiago Brito! Pós Matemática.